01/12/2010

Dos Homens e dos Deuses

Tenho andado muito cheia de trabalho, sem tempo para nada. Há muito que não ia ao cinema, sequer.
Ontem combinamos fazê-lo depois do trabalho.O regresso a casa afigurava-se difícil devido ao trânsito. Fomos até ao King e apenas nós estávamos na sala. Valeu a pena, porque o filme mexeu connosco.
Dos Homens e dos Deuses, é um filme que recomendo. Embora esteja em outras salas, o King será sempre a minha sala de eleição.


"Em 1996, sete monges da Ordem Cisterciense da Estrita Observância são raptados e assasinados em Tibhirine, aldeia aninhada na região argelina do Magrebe. É o culminar da escalada de violência que opõe o Grupo Islâmico Armado (GIA), extremista, ao governo que acusa de corrupto. O impacto deste horrível desaparecimento, cujos contornos exatos estão ainda por esclarecer, extende-se até aos nossos dias, levado agora ao cinema sob direção do realizador francês Xavier Beauvois.
A obra, reconhecida com o Grande Prémio do Festival de Cannes e merecedora da forte e comovida chuva de aplausos que encheram o Palais des Festivals na noite do passado 23 de maio, é uma extraordinária ode à fé, ao amor ao próximo e ao espírito de serviço que cumpre, em estilo e estrutura narrativa, o despojamento do seu sujeito.
Com efeito, é-nos dado comungar a forma abnegada como uma comunidade de homens lida com uma realidade adversa para a qual não contribui senão com a sua vocação de amor e dádiva. Uma vocação reafirmada ao arrepio das pressões externas para abandonarem a aldeia que servem à sua sorte.
Sem ceder a tentações sensacionalistas, Beauvois desvenda aos nossos olhos o dia-a-dia daquele pequeno mosteiro de Tibhirine, dos seus sete habitantes e da pacata população da aldeia local, induzindo progressivamente o adensar do contexto violento que involuntariamente envolve uns e outros.Simples e acessível, a linguagem fílmica pretere o horror dos acontecimentos, trágicos, e da crescente violência, ao espírito com que aquela irmandade os enfrenta. Um espírito sustentado na sua extraordinária força e revitalizado na dúvida e fraqueza pela oração, pelo permanente desejo de união e comunhão, pelo tempo e oportunidade concedidos ao discernimento.
Mais que um nefasto episódio da história política ou religiosa, estamos perante uma obra que nos propõe um caminho, pela busca do verdadeiro sentido da vida: o que os sete monges sacrificados, na sua fé cristã, encontraram, e que Xavier Beauvois tão bem percorre, alumiando-o para crentes e não crentes." Texto daqui

Todo o filme é um desafio ao nosso modelo de vida.
O momento em que os monges ligam o gravador e bebem um vinho não produzido por eles - um luxo - fá-los chorar, porque naquele momento são apenas humanos.
Título Original: Des hommes et des dieux
Intérpretes: Lambert Wilson, Michael Lonsdale, Olivier Rabourdin, Philippe Laudenbach
Realização: Xavier Beauvois
Género: Drama
Ficha Técnica: Duração: 2h2m | Origem: FRA

18 comentários:

  1. Amei ter encontrado o seu blog. Agora será uma alegria seguir-te.
    Eliete

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  2. Foi uma boa ideia essa de ires ao cinema, eu de vez em quando bem gostaria de ver um filme destes, mas como tenho o garoto... é sempre filmes para 9 anos ;)

    Bjos

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  3. Vi o filme no Saldanha Residence.
    Gostei também da fotografia.

    Beijinhos, para ti

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  4. Já vi. No King, claro, que é dos poucos cinemas onde ainda vou. Até para aproveitar uma ida à livraria, que está agora muito mais agradável.

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  5. Vou aproveitar a sugestão para este Sábado, no Kink, claro.

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  6. Todos as semanas vejo filmes com a minha filha, e nem sempre no cinema, como sabe há outras maneiras de os ver ;-)
    Sou uma cinéfila assumida e este está na minha lista de filmes a ver em breve, agora ainda mais com a sua opinião.

    beijinhos

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  7. Adoro um filmezinho na tela grande , mas vejo mais em casa , é mais prático ou entao deixo sair um pouco de cartaz pra nao pegar cinema lotado.
    Parece bom , vou procurar ver também.
    Obrigada pela partilha e a dica.
    abraços amiga suadades

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  8. Ainda não vi o filme, agora só depois do Natal estarei disponivel até lá nada de diversão...
    beijinhos

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  9. O KIng é também a minha sala preferida - já nos teríamos cruzado por lá?
    O filme, perturbante!

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  10. Elisete,
    obrigada pelas suas palavras. regresse sempre, embora ande numa fase em que não tenho tempo para escrever nem visitar outros blogues.

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  11. Isa,
    pois é, quando há crianças sobra pouco tempo para os nossos filmes.
    :)
    Bom domingo

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  12. MagMay
    Também gostei da fotografia.
    Num todo o filme foi mto bom.

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  13. Carlos
    é verdade, a livraria ficou mais agradável. Só gostava que tivesse mais luz ;) - vejo mto mal...

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  14. espero que gostes do filme.
    Adoro cinema, ando é com pouco tempo.

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  15. Lila

    Todos temos fases de intenso trabalho...
    Bjocas

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  16. Justine,
    quem sabe? talvez nos tenhamos encontrado...se andasses com o Mounty identificava-te logo :)

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