14/04/2010
A um ti que eu inventei
A um ti que eu inventei
Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluir de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança,
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir.
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas com o pensar te pudesses partir.
António Gedeão
P.S:Amanhã vou visitá-los...
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13 comentários:
Que poema mais lindo!
Abraço
Gosto da leveza das palavras, do tecido das imagen, da delicadeza dos pensamentos.
E gosto muito dos teus bichos voadores:)))
Lindíssimo!!
Beijinho grande :)
Toda a beleza duma libelinha... nas palavras que o amor inventa, sempre!
Obg
Pensar assim d'outro é amá-lo.
Gostei, muito!
Tudo o que vejo aqui é delicioso e por tal qualquer dia acho que linko este blogue no meu cantinho, com a sua permissão :-) este poema, que desconhecia, qualquer dia coloco na minha barra lateral (com a devida referência) não se importa pois não? Bom fim de semana!
Rosa dos Ventos,
Gedeão é assim, belo e profundo.às vezes até dói!
Justine
o bicho de cima é uma esperança e o de baixo uma libelinha...
Ana Paula,
Obrigada!
bettips
coisas de amor...
Magmay,
pois é... já foi felizmente! agora direi: infelizmente!
Nenúfar
Estás à vontade. O poema é de António Gedeão.
beijinho !!
lindo..
obrigada pelo teu comentário :)
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