Tendo em conta que o post anterior estava com problemas de definição, reeditei o texto e copiei os comentários já feitos.
Eugen
Berthold Friedrich Brecht nasceu em Augsburg a 10 de Fevereiro de 1898 e
morreu em Berlim a 14 de Agosto de 1956.
Gosto
de muitos dos seus poemas, embora o meu preferido seja este:
Do rio
que tudo arrasta se diz que é violento
Mas
ninguém diz violentas as margens que o comprimem
Deixo
outros exemplos da sua vasta obra:
"A
indiferença"
Primeiro
levaram os comunistas,
Mas eu
não me importei
Porque
não era nada comigo.
Em
seguida levaram alguns operários,
Mas a
mim não me afectou
Porque
eu não sou operário.
Depois
prenderam os sindicalistas,
Mas eu
não me incomodei
Porque
nunca fui sindicalista.
Logo a
seguir chegou a vez
De
alguns padres, mas como
Nunca
fui religioso, também não liguei.
Agora
levaram-me a mim
E
quando percebi,
Já era
tarde.
“Elogio
da Dialéctica”
A
injustiça avança hoje a passo firme
Os
tiranos fazem planos para dez mil anos
O poder
apregoa: as coisas continuarão a ser como são
Nenhuma
voz além da dos que mandam
E em
todos os mercados proclama a exploração;
isto é
apenas o meu começo
Mas
entre os oprimidos muitos há que agora dizem
Aquilo
que nós queremos nunca mais o alcançaremos
Quem
ainda está vivo não diga: nunca
O que é
seguro não é seguro
As
coisas não continuarão a ser como são
Depois
de falarem os dominantes
Falarão
os dominados
Quem
pois ousa dizer: nunca
De quem
depende que a opressão prossiga? De nós
De quem
depende que ela acabe? Também de nós
O que é
esmagado que se levante!
O que
está perdido, lute!
O que
sabe ao que se chegou, que há aí que o retenha
E nunca
será: ainda hoje
Porque
os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã
4 comentários:
zeparafuso disse...
Poema que poderia ter sido escrito hoje. Absolutamente actual. Lindo. Lido agora, deixa-me pensativo, talvez até melancólico. Há dias assim.
27 de Agosto de 2010 13:22
lis disse...
Concodo com o comentário acima do zeparafuso, muitísimo atual , significando que o tempo passa e tudo fica pior.
Há mais de 50 anos e os tiranos estão aí, o poder só apregoa , a exploração acampa e não há quem se levante!
Gostei .
27 de Agosto de 2010 14:22
MagyMay disse...
Relembrar Brecht (e aquela marcante de "do rio que tudo oprime..."...) é sempre excelente.
Eu, agradeço-te o momento.
Beijoka, Há
27 de Agosto de 2010 14:28
Zeparafuso
Sempre actual, este e outros poemas que podemos consultar. o que nos mostra que a história é cíclica.
Pois é Lis, infelizmente...
Olá Meg,
Obrigada!
Bjs
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