Leitora com guarda-sol, 1921
Henri Matisse ( França 1869-1954
Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.
Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.
Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou o que é muito pior por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:
Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.
5 comentários:
Gostei muito deste post.
Aproveito para te dizer que passo por aqui regularmente e às vezes a minha net está tão lenta, tão lenta que acabo por desistir! Mas , ficas a saber que por aqui venho e quando é possível deixo a minha palavra amiga e agradeço as tuas simpáticas visitas.
xx
Concordo, livros rima com tudo!
São as coisas simples da vida nos encantando como mais um poema...
=)
Tenha um bom resto de semana!
=D
Mas que bonito e cheio de alegria está o blogue! Parabéns!
Livros - sempre... :)
Beijinho grande.
Composição linda do Caetano e a tela de Matisse uma lindeza.
obrigada pela partilha.
abraços
PS - estou tendo dificuldade de desligar o som de fundo que é automático pra ouvir o vídeo , uma pena.Verifica se pode adicionar como o que está abaixo , talvez facilite , nao sei pq também nao entendo .
seu blog está super interessante, gosto muito.
abraços
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