Imagino que estejam cansados de ver pedidos de ajuda para animais. Cada história que trago aqui, é sempre mais uma de entre muitas.
Algumas pessoas acusam-me de pensar em demasia nos animais e esquecer os humanos. Não é verdade, se quisesse dava para fazer uma singela lista de outras insignificantes coisas que faço em prol dos humanos, nomeadamente idosos - muito pouco, eu sei, mas é a minha parte - Mesmo para os que duvidam que o faço com esforço, a verdade é que muitas dessas ajudas são à custa de algumas renuncias e abdicações.
Lembro-me de em criança ver a minha mão, que tinha muitas dificuldades, ajudar os outros: um ovo para uma vizinha, um pouco de farinha de galinhas para as galinhas de outra; uma melancia para a Tia M. que nem reforma tinha...
Acho que nunca soube apreciar a minha verdadeiramente em vida, mas hoje, especialmente hoje que me apetecia muito deitar a cabeça no seu colo, penso como foi uma mulher boa. Vi-a fazer coisas que mais ninguém era capaz de fazer, sobretudo num meio pequeno. Um dia, já ela estava doente, descobri que lavava a roupa de um senhor que tinha ficado viúvo. O homem não tinha falta de dinheiro, tinha era falta de família (sem mulher, filhos ou outros familiares que cuidassem dele, definhou na solidão). Num tom acusador disse-lhe:
- mãe, mas a mãe agora lava a roupa das pessoas, precisa disso?quanto é que ele lhe paga, já agora?
respondeu-me a minha mãe:
- e eu quero lá dinheiro, coitado do homem, só basta a tristeza em que vive. E depois não te lembras da mulher dele que era tão boa para os animais e que te fazia saias com os restos dos tecidos...
Sim lembrei-me da inaicinha. Tinha mais de 30 gatos no quintal. A vida roubou-lhe a hipótese de ter filhos, dedicou o seu intenso amor aos animais.
Na verdade o que importa é que cada um aplique o ditado da minha avó "faz o bem e não olhes a quem"...
Lembro-me de em criança ver a minha mão, que tinha muitas dificuldades, ajudar os outros: um ovo para uma vizinha, um pouco de farinha de galinhas para as galinhas de outra; uma melancia para a Tia M. que nem reforma tinha...
Acho que nunca soube apreciar a minha verdadeiramente em vida, mas hoje, especialmente hoje que me apetecia muito deitar a cabeça no seu colo, penso como foi uma mulher boa. Vi-a fazer coisas que mais ninguém era capaz de fazer, sobretudo num meio pequeno. Um dia, já ela estava doente, descobri que lavava a roupa de um senhor que tinha ficado viúvo. O homem não tinha falta de dinheiro, tinha era falta de família (sem mulher, filhos ou outros familiares que cuidassem dele, definhou na solidão). Num tom acusador disse-lhe:
- mãe, mas a mãe agora lava a roupa das pessoas, precisa disso?quanto é que ele lhe paga, já agora?
respondeu-me a minha mãe:
- e eu quero lá dinheiro, coitado do homem, só basta a tristeza em que vive. E depois não te lembras da mulher dele que era tão boa para os animais e que te fazia saias com os restos dos tecidos...
Sim lembrei-me da inaicinha. Tinha mais de 30 gatos no quintal. A vida roubou-lhe a hipótese de ter filhos, dedicou o seu intenso amor aos animais.
Na verdade o que importa é que cada um aplique o ditado da minha avó "faz o bem e não olhes a quem"...
Mas voltando aos animais e ao voluntariado. As causas que movem cada um de nós para o voluntariado não são comparáveis, apenas o afecto que cada um deposita na sua causa pode ser comum.
Para vós que me leem, podem pensar "mais uma desgraça...", para mim que escrevo "quem sabe se alguém não consegue ajudar um animal...".
Para um voluntário que recebe em cada dia um vasto número de animais, todos eles vítimas de tudo e mais alguma coisa: maus tratos, abandono, doença, fome, etc. etc., fica-se devastado por não pudermos ajudar mais.
Para um voluntário que recebe em cada dia um vasto número de animais, todos eles vítimas de tudo e mais alguma coisa: maus tratos, abandono, doença, fome, etc. etc., fica-se devastado por não pudermos ajudar mais.
Falta comida dinheiro, afecto, condições, e por vezes um lar é a solução para aqueles seres tristes e amedrontados.
Podemos sempre enterrar a cabeça na areia, mas acreditem que olhar para aqueles pedidos de socorro e não puder fazer nada, dói. A mim dói-me muito!
É uma incapacidade minha, esta dificuldade em desligar-me do sofrimento; por vezes corrói-me e interfere na minha vida pessoal.
Mas tenho muitos bónus, muitos mesmo. Este ano fiquei sem dinheiro para ir de férias, já tinha abusado nas ajudas para além das despesas extras... Ontem, sem que tivesse falado no assunto, uma amiga ofereceu-me a sua casa na praia.
No outro dia, era preciso comprar comida para os animais, antes do fim do mês o dinheiro já não dava; sentia-me impotente, revoltada com o dinheiro que se desperdiça, desesperada com vontade de fugir.
Olhando para o chão encontrei um porta-moedas com 40 euros. Tenho muita pena da pessoa que a perdeu, espero que não lhe fizessem falta para comer, mas foi directamente para ajudar animais. Sim, eu sei, sou uma pessoa de sorte.
Olhando para o chão encontrei um porta-moedas com 40 euros. Tenho muita pena da pessoa que a perdeu, espero que não lhe fizessem falta para comer, mas foi directamente para ajudar animais. Sim, eu sei, sou uma pessoa de sorte.
Fiz mal, fiz bem? não sei, faço o que o coração me manda.
Se cada um dos vizinhos da blogoesfera desse um euro a uma associação, salvavam-se muitos animais. Mesmo que não concordemos, a esterilização dos animais é essencial.Por cada um animal que ajudamos aparecem 10 a precisar de mais ajuda. Não há donos responsáveis que cheguem.
Se hoje puder, doe um euro a uma qualquer associação, alimente ou adopte um animal...
já agora desculpem-me se abuso dos post sobre animais e com pedidos de ajuda.
Seja voluntário, faça a diferença!
Iniciei a minha tese com este texto porque acho que ele diz tudo:
"Um colibri voava ligeiro até o rio, colhia uma gotinha de água em seu biquinho, e ia pingá-la sobre aquele imenso fogaréu. Uma após outra, sem parar…
Até que, incontido, um dos bichos bradou:
”Seu pequeno pássaro estúpido! Você acha que essa gotinha vai apagar o fogo? Será que é tão imbecil? Voa embora, com essas asas que você tem! Salve-se! É o fim!!!”
Suavemente, o humilde pássaro respondeu:
”Eu estou fazendo a minha parte!"
Sabia que a F.A.D.A. é um Fundo Alimentar Para Defesa Animal.
Apenas se tem que comprometer a dar 2kg de ração por mês, ou desparasitantes, ou outra ajuda qualquer. Se se tornar" amiga", mensalmente uma voluntária marca um encontro e só tem que ir entregar os 2kg de comida. Acha muito?
Esses alimentos serão depois distribuídos por canis e associações que estão a abarrotar .