Continuo sem computador, assim rapidinho deixo um olá e a promessa que vos visitarei assim que a tecnologia o permita.
Bom fim de semana.
...Existe um ser que mora dentro
de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso
que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem
jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por
isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha
mão. Seu focinho é húmido e fresco. Seu beijo o seu focinho.
Quando eu morrer, o cavalo
preto ficará sem casa e vai sofrer muito. a menos que ele escolha outra casa e
que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e
suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. ou
não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. se ele
fareja e sente um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e ai.
Aviso também que não se
deve temer seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesmo que
está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de
doçura do que é isto pela primeira vez.
5 comentários:
Obrigada por esta excelente prosa logo de manhã!
"Um cavalo negro que me habita" - bela metáfora!
Abraço
Linda mensagem ... Seu blog é encantador....
´
Um Maravilhoso Domingo!!!
Que falta nos fazem estas novas tecnologias né?
Beijinhos
Quando me acontece uma ameaça de paralisia, ou qualquer natureza de bug fico tenso e enervado.
Desejo rápida recuperação.
Bjs
Pronto! computador novo e nada recuperado. Nem todas as pesquisas do doutoramento. Voltamos à estaca zero. Agora já podemos comprar um disco externo. Ironias...
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