26/02/2011

O peso da tecnologia


Continuo sem computador, assim rapidinho deixo um olá e a promessa que vos visitarei assim que a tecnologia o permita.
Bom fim de semana.

...Existe um ser que mora dentro de mim como se fosse a casa dele, e é. Trata-se de um cavalo preto e lustroso que apesar de inteiramente selvagem - pois nunca morou antes em ninguém nem jamais lhe puseram rédeas nem sela - apesar de inteiramente selvagem tem por isso mesmo uma doçura primeira de quem não tem medo: come às vezes na minha mão. Seu focinho é húmido e fresco. Seu beijo o seu focinho.
Quando eu morrer, o cavalo preto ficará sem casa e vai sofrer muito. a menos que ele escolha outra casa e que esta outra casa não tenha medo daquilo que é ao mesmo tempo selvagem e suave. Aviso que ele não tem nome: basta chamá-lo e se acerta com seu nome. ou não se acerta, mas, uma vez chamado com doçura e autoridade, ele vai. se ele fareja e sente um corpo-casa é livre, ele trota sem ruídos e ai.
Aviso também que não se deve temer seu relinchar: a gente se engana e pensa que é a gente mesmo que está relinchando de prazer ou de cólera, a gente se assusta com o excesso de doçura do que é isto pela primeira vez. 

5 comentários:

Rosa dos Ventos disse...

Obrigada por esta excelente prosa logo de manhã!
"Um cavalo negro que me habita" - bela metáfora!

Abraço

Unknown disse...

Linda mensagem ... Seu blog é encantador....
´
Um Maravilhoso Domingo!!!

Lilá(s) disse...

Que falta nos fazem estas novas tecnologias né?
Beijinhos

Unknown disse...

Quando me acontece uma ameaça de paralisia, ou qualquer natureza de bug fico tenso e enervado.
Desejo rápida recuperação.
Bjs

Há.dias.assim disse...

Pronto! computador novo e nada recuperado. Nem todas as pesquisas do doutoramento. Voltamos à estaca zero. Agora já podemos comprar um disco externo. Ironias...